quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Falar a verdade não é crime

Por Allysson Teotonio

O governador José Maranhão tem todo o direito de não ir ao debate da TV Cabo Branco. Afinal, não é crime faltar a um debate eleitoral. Ele tem todo o direito de inventar outro compromisso de campanha, em outra cidade, no mesmo horário do debate, mesmo tendo sido convidado com muita antecedência.

O candidato do PMDB tem todo o direito de preferir falar para 10 mil pessoas em uma cidade (capacidade máxima de acomodação em arena montada no Parque do Povo, em Campina Grande) a debater com outros candidatos ao governo, numa emissora com 3,1 milhões de telespectadores, em 129 municípios.

O governador também tem todo o direito de não comparecer ao 12º debate para o qual foi convidado. Tem todo o direito de ignorar o debate da TV Master sem dar nenhuma justificativa para sua ausência. Afinal, deixar os telespectadores da Master sem uma explicação não é crime eleitoral.

O candidato José Maranhão tem todo o direito de preferir o calor humano do povo campinense ao ar condicionado dos estúdios da pessoense TV Cabo Branco. Tem todo o direito também de não querer se expor para milhões de eleitores em meio a questionamentos de adversários.

O governador tem todo o direito de não querer mostrar seu despreparo para encarar as câmeras de TV durante um debate com os candidatos Ricardo Coutinho e Nelson Júnior. Afinal, negar-se a falar para as câmeras, ao vivo, sem roteiro e sem diretor de cena, não é crime eleitoral.

Em vez de arranjar mais uma desculpa, o governador deveria assumir que não vai ao debate da TV Cabo Branco porque não quer. Afinal, falar a verdade não é crime eleitoral. Repito: o candidato José Maranhão tem todo o direito de não comparecer a mais um debate. Só não tem todo o direito de subestimar a inteligência do povo paraibano.


*Artigo publicado no Portal ParlamentoPB (28/09/2010)

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