Por Lau Siqueira
Fiquei impressionado hoje pela manhã quando saí de casa para o trabalho. Meu bairro estava inundado de panfletos “satanizando” as obras públicas espalhadas pela cidade, através de um edital lançado publicamente pela Fundação Cultural de João Pessoa - FUNJOPE. Também a dignidade do povo negro, mais uma vez, estava sendo violenta e covardemente atacada.
Mas, não era só isso. Isso era apenas a ponta de lança da barbárie estabelecida como prática política. Uma verdadeira nuvem de papel poluía as calçadas, os canteiros, o asfalto. Algo assombroso de tão estúpido. Papel couche brilhante, impressão em policromia. Certamente que uma publicação extremamente cara. Mais tarde, leio nos portais que os mesmos foram jogados de um helicóptero pertencente ao deputado federal Wellington Roberto. Simplesmente o coordenador da campanha do PMDB. Ou seja: o vale tudo foi institucionalizado. Leio também que cidades do interior e outros bairros receberam o mesmo “presente” maranhista.
O candidato da oposição ao Governador José Maranhão, Ricardo Coutinho é, logicamente, diretamente associado às “obras demoníacas”. Uma verdadeira afronta aos artistas paraibanos e à inteligência do povo. Ricardo é o alvo direto desta pouca vergonha. Mas, não apenas ele. A cidadania foi cuspida no rosto pelas forças maranhistas.
O título do panfleto é: “A verdade da aliança de Ricardo Coutinho com as forças do mal.” Uma imundície ética que deve estar constrangendo até mesmo os eleitores de bom senso que, por algum motivo, decidiram o voto no candidato do PMDB, José Targino Maranhão. Estes, certamente, saberão refletir melhor até domingo. Certamente, envergonhados, não hesitarão em mudar o voto ao perceber que estão sendo envolvidos num mar de lama.
Esses mesmos eleitores devem estar se perguntando quem pagou a conta de tamanha abundância decrépita. Certamente que ninguém de sã consciência tiraria do próprio bolso. Certamente que a probabilidade de que faturas como esta, estejam enrustidas em algum gasto público é real. Afinal, temos antecedentes. Do panfleto anterior, de teor semelhante, se localizou a gráfica. Por sinal, uma prestadora de serviços ao Governo do Estado.
Enfim, se juntarmos isso ao crime de responsabilidade fiscal estampado na folha de pagamento, agravado pela aprovação bufa de um arremedo da PEC 300, pela Assembléia Legislativa, concluímos que a disputa não se limita aos nomes de Ricardo ou Maranhão. A disputa se dá no campo do comportamento, dos hábitos, das idéias, da capacidade de compreendermos o papel das instituições e dos indivíduos nos processos de desenvolvimento da Paraíba e do Brasil. Não somente por isso, convoco o voto contra a aberração moral que Maranhão e seus bajuladores estabeleceram como “discurso político”.
O Brasil e a Paraíba não podem permitir que o futuro do povo seja decidido por bolinhas de papel, rolos de fita crepe, demonizações de obras públicas, satanização de candidaturas. Precisamos dar um passo à frente. Precisamos enterrar de vez as práticas que condenam a política a um jogo de vale tudo. Afinal é exatamente a política que pode determinar mudanças positivas em nosso cotidiano. Vamos fazer com que na Paraíba e no Brasil, a verdade vença a mentira.
Os votos em Ricardo Coutinho e em Dilma representam a construção de uma perspectiva real de justiça social. Afinal, as baixarias só tem uma razão: garantir privilégios, fortalecer preconceitos, disfarçar o entreguismo, consagrar a covardia, garantir a impunidade, solidificar as diferenças sociais. Não vamos permitir que eles avancem e vençam. Vote contra a baixaria e a mentira, no Brasil e na Paraíba.
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