sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O campinense está com raiva. Cuidado, Maranhão

José Maranhão comemorou muito a vitória sobre Cássio Cunha Lima na Justiça. Não devia. Não sabe ele que o feitiço pode virar contra o feiticeiro? Se essa decisão do TSE tivesse vindo após a eleição do dia 31, tudo bem, que ele comemorasse publicamente. Mas agora, essa festa pode acabar mal. Muito mal.

Campina Grande corre o risco de perder um senador eleito com mais de um milhão de votos. Como vocês acham que os campinenses vão reagir a isso? Cássio, com essa votação pra humilhar qualquer adversário, surge como a grande vítima desta eleição, embora ainda possa recorrer ao Supremo e até ganhar o jogo (o ministro Levandowsky, que no Supremo votou pela retroatividade da lei para punir Roriz, votou agora contra, no caso de Cássio, o que pode contagiar outros ministros). Se, por acaso, perder no STF, não vai poder assumir o seu mandato e a subtração de sua cidadania será creditada a Maranhão. O grande vilão dessa história.

Maranhão deveria comemorar em família, a portas fechadas, afinal não lhe faltam motivos. Mas nunca permitir que seu time festejasse o resultado publicamente, com festa em Tambaú. O ar de supremacia de Maranhão pode encorajar os campinenses cassistas a permanecer na cidade no dia da eleição, apesar do feriadão, só para contribuir para a derrota do vilão de Campina Grande. Viajar, só depois que o voto for dado. Era o ânimo que faltava aos campinenses para adiar - ou apenas interromper por algumas horas - o passeio nas praias. Ninguém segura um campinense decepcionado ou furioso. A disposição para a luta é, talvez, aliado ao espírito “corporativista”, sua mais forte característica. É um povo unido, principalmente na dor e no que consideram uma injustiça à sua terra.

Além disso, essa festa toda pode fustigar Cássio a se envolver ainda mais com a campanha de Ricardo Coutinho. Ao invés de desanimá-lo, isso poderá deixá-lo mais instigado, ligado, envolvido, motivado. Virou questão de honra levar o ex-prefeito pessoense à vitória (e, como se viu no primeiro turno, a vitória foi obra de Cássio, embora o candidato tenha, sem dúvida, suas grandes qualidades como político e gestor público).

Nenhum adversário gostaria de encarar um Cássio nessas condições.

Política PB

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